A Professora de ensino fundamental Juciane Melo comenta sobre os desafios de ser professor no Brasil.
Notícia
Há 80 anos se fala da necessidade de investir no aperfeiçoamento dos docentes, mas, entre o discurso e a prática, existe um abismo que nenhum governo consegue transpor. Baixos salários afastam profissionais do magistério
Oitenta anos atrás, o Manifesto dos pioneiros da educação nova, que lançou as bases para uma escola pública de qualidade no Brasil, foi publicado. O documento, que até hoje serve de referência para a busca por melhorias no ensino, é simples ao mencionar o professor: “De todas as funções públicas, a mais importante”. De 1932 par cá, entretanto, a carreira vem se tornando cada vez menos atrativa. Salários pouco expressivos, formação inadequada para encarar a sala de aula e falta de condições de trabalho formam o problema que o governo, nas três instâncias, precisa enfrentar.
“Não há dúvidas de que qualquer iniciativa que desconsidere a valorização do professor será incapaz de mudar o atual quadro da educação”, afirma Romualdo Portela, professor de política educacional na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). De acordo com ele, o primeiro objetivo é garantir uma boa formação. “Vivemos um ciclo perverso, em que o aluno de baixo rendimento no ensino médio, formado geralmente pelo ensino privado de baixa qualidade, é o que vai para a sala de aula ser professor, perpetuando o ciclo”, afirma.
Fonte: Correio Brasiliense (DF)
Publicação: 28/08/2012 09:00 Atualização: 28/08/2012 10:38